Antes de apresentar estatísticas, proponho um exercício simples: vá até sua estante e separe os livros entre autoras mulheres e autores homens. Você vai se surpreender com a desproporção. Tirando raras exceções, a maior parte das bibliotecas concentra muito mais escritores homens. Isso acontece na sua casa, na minha, nas livrarias, nas universidades, no Brasil e no mundo.
A explicação é simples: ao longo da história, as mulheres tiveram menos oportunidades de se dedicar à escrita, foram menos publicadas, premiadas e divulgadas. Esse desequilíbrio não está restrito ao mercado editorial, mas é um indicador importante para refletirmos sobre as mudanças que queremos na sociedade.
Autoras que precisaram usar pseudônimos
Muitas escritoras publicaram seus livros sob pseudônimos masculinos ou anônimos. Alguns exemplos clássicos:
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George Eliot — Mary Ann Evans
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George Sand — Amantine Dupin
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As irmãs Brontë — Charlotte, Emily e Anne publicaram como Currer, Ellis e Acton Bell (O Morro dos Ventos Uivantes e Jane Eyre)
Por que é importante ler mais autoras
Ler mais autoras é essencial para:
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Ampliar perspectivas e enxergar o mundo de formas diferentes
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Promover equidade no mercado editorial e na sociedade
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Combater estereótipos e narrativas únicas
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Aumentar a demanda para que mais livros de mulheres sejam publicados
Existem milhares de histórias incríveis já escritas e muitas outras esperando para serem contadas. Ler mulheres é garantir que essas vozes sejam ouvidas.
Autoras em números
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18 de 118 prêmios Nobel de Literatura foram para mulheres
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6 das 40 cadeiras da Academia Brasileira de Letras são ocupadas por mulheres
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20% dos vencedores do Prêmio Jabuti na categoria romance são autoras
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9 mulheres premiadas pelo Prêmio Camões em 37 edições
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