Se lá nos anos 80, enquanto a gente ouvia Like a Virgin e descobria os livros da Isabel Allende, uma cigana tivesse lido a minha mão e contado que seríamos sócios em um clube de assinaturas de livros de autoras mulheres, eu teria acreditado. Não porque já soubesse o que era um clube de assinatura de livros, menos ainda porque estava interessada em promover a literatura feita por mulheres. Mas acreditaria pelo simples fato de que eu já imaginava que juntos poderíamos fazer coisas muito legais. E também porque eu acreditava em tarô, búzios, cartomante. Qualquer coisa que profetizasse bons ventos. Mesmo entre tempestades.
Eu não estava errada, entre indas e vindas, mudanças de país e de empregos, entre dias de sol e dilúvios, continuamos essa amizade que virou negócio, que virou a Pulp Edições em 2007. Fundada por mim (prazer, Fernanda), pela Patricia e pelo Vicente, a Pulp é uma agência de conteúdo digital e também uma editora de livros (até então, exclusivamente de livros de viagem). Aí veio a pandemia (quantas vezes ouviremos essa frase…) e a necessidade de mudar nossa relação com tudo o que nos cerca, a começar pelo trabalho.
Uma plantinha foi semeada no meio do temporal. Era o começo da Amora.
Eu contei a ideia para a Pati, que teve a ideia de chamar a Mai (que até então só compartilhava a vida extra-laboral conosco). Juntas, falamos pro Vicente, que veio com mais um monte de ideias. Misturamos tudo, desistimos de algumas coisas, criamos outras e abrimos o buraquinho na terra. Plantamos esse projeto que junta o amor que sempre tivemos pelos livros com a vontade de criar um espaço maior para as narrativas escritas por mulheres. Não gosto muito da palavra propósito, acho que ela vem sendo usada demais. Prefiro destino, um sinônimo meio torto. É isso, estava escrito por linhas invisíveis que nós quatro iríamos trabalhar juntos em algo que fizesse alguma diferença no mundo.
E por nós quatro, entenda-se eu, Fernanda Avila, jornalista, editora, aprendiz de escritora, com especialização em Leitura de Múltiplas Linguagens. Cursei Escrita Criativa em Lisboa e em Curitiba. Sou autora do guia Nova York com Crianças, co-autora do portal Viajo com Filhos e uma das fundadoras da Pulp Edições junto com Patrícia Papp, publicitária com especialização em Design na School of Visual Arts e na Parsons em Nova York, autora dos livros Como Viajar com Seus Filhos sem Enlouquecer e Praias do Nordeste com Crianças. A Patrícia também é editora do portal Viajo Com Filhos e responsável pela criação das campanhas digitais da Pulp. E agora também da Amora.
A Mai Sturam (amiga antiga e sócia nova) é argentina, economista formada pela UFPR, com especialização em Logística pela Universidade de Buenos Aires. Há 20 anos se dedica ao segmento comercial e logística nos países que formam o Mercosul. Dedilha seus primeiros contos, onde relata episódios de sua vida entre fronteiras. Conhece as melhores livrarias independentes da Argentina, onde adora passear com o Vicente Frare (amigo e sócio da Pulp desde os primórdios), administrador de empresas, editor e publisher. Ele cursou Hotelaria e Turismo na Suíça, trabalhou no setor turístico até co-fundar a Pulp Edições junto comigo e com a Pati. É autor dos Manual de Viagem, Europa de Cinema e Paris para Amar Paris. Desde 2020 dedica-se à Escrita Criativa, fala sete idiomas, conhece mais de 130 países e adora trabalhar cercado por mulheres.
Seja bem vinda ou bem vindo à Amora.
Estamos muito felizes em compartilhar essa história com você.
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