Maristela tinha apenas oito anos quando presenciou a própria mãe, a então desconhecida poeta Olívia Guerra, saltar da varanda do apartamento onde moravam. O tempo passou e hoje Olívia é celebrada veementemente. Seus livros inspiram teses acadêmicas, seu rosto ilustra canecas, seus versos estampam camisetas. Herdeira do espólio literário da mãe, Maristela vive dessa comoção, que desperta nela os sentimentos mais duros e angustiantes.
Assim, quando um editor a convida a escrever um prefácio para uma coletânea inédita de poemas de Olívia, ela aceita, mas recusa-se a entregar um texto tradicional: com mais de cem páginas, o prefácio de Maristela revela outra face da poeta tão admirada. Em linhas repletas de amargura, vamos aos poucos descobrindo uma mãe que não se encontrava no papel de esposa e cuidadora, muito menos se adequava ao mundo racional, mas que tentava. E uma filha para sempre traumatizada, incapaz de amar e sedenta por amor.
“Neste livro visceral, Liana Ferraz fala sobre perdas, silêncio. Ela sabe a que veio. É impossível parar de ler até a última página, e mais impossível ainda a história não ecoar dentro. Definitivamente, a escrita de Liana é um acontecimento para a literatura brasileira contemporânea.”
VANESSA PASSOS, escritora e professora de escrita criativa
“Liana dança até com as mais cortantes das palavras. Escreve como quem declama. Ao contrário de sua personagem, não tem medo de expor a pele às lâminas. Faz poesia em várias vozes de algo tão duro quanto perder a mãe e vê-la virar produto.”
TATIANA VASCONCELLOS, jornalista
COM PREFÁCIO DE ANDRÉA DEL FUEGO