O que sente uma mulher quando se separa de alguém que ela acreditou amar por tanto tempo? Após quase vinte e cinco anos de casamento, no meio da pandemia, Estela e Beto ― ambos beirando os 50 anos ― têm uma crise que culmina com sua separação.
Narrado do ponto de vista da mulher, Não jogue fora um homem bom desses é um relato que parece estar acontecendo no apartamento ao lado do seu. Divertido e reflexivo, o livro respeita o luto da relação sem vitimizar os envolvidos.
Ambientada na fria Curitiba ― que no livro mostra-se quente e animada ―, a narrativa traz olhares múltiplos sobre o fenômeno real que está acontecendo no mundo todo: milhares de adultos estão solteiros porque não suportaram conviver com seus cônjuges durante o isolamento ou apenas porque, na iminência de morrer a qualquer momento, reavaliaram suas relações e decidiram mudar de status.
Existe vida pós-casamento, e esse livro é a prova disso, além de ser uma leitura obrigatória para momentos de alegria ou tristeza matrimonial.
Durante vinte e poucos anos de casamento com o "amor da sua vida", Estela era vez ou outra assaltada pela ideia de se separar ― pensamentos intrusivos que acabavam abandonados. Até que, numa noite de descontração, ela põe tudo a perder. Não jogue fora um homem bom desses é sobre esse "tudo": o que restava do casamento, no que ele se apoiava e quando, de fato, terminou.
Este é um livro para casados e descasados, tristes e felizes. Com sinceridade estrogênica e bom humor, a obra faz uma tomografia dos sentimentos por trás de um divórcio. Com o tempo, o abandono, a raiva e a vergonha dão lugar a sensações inesperadas ― que surpreendem tanto a protagonista quanto o leitor.
O que Estela revela ao dividir suas dores, reflexões e novos amores, é que mesmo sob o medo da solidão, com sagacidade e gingado, é que há vida ― e liberdade ― do outro lado.
Ana Cardoso é autora de diversos livros, entre eles o premiado romance "A mulher que atravessa a ponte" (troféu Açorianos de melhor narrativa longa de 2024), o best-seller "A mamãe é rock" e o guia para a adolescência "A mamãe é punk". Com formação em Jornalismo e Sociologia, Ana utiliza a experiência de anos entrevistando pessoas para construir suas histórias.